domingo, 21 de outubro de 2012

Exposição à Radiação Ultravioleta


Olá....hoje nosso blog abre suas linhas para o meu amigo pessoal, Dr. Reynaldo José Sant'Anna Pereira de Souza, oncologista pediátrico do Hospital do Câncer de Franca e um dos responsáveis pelo Programa Sol Amigo, com orientações e informações sobre a exposição aos raios ultravioleta. Contatos com Dr. Reynaldo através do www.solamigo.org


Todas as pessoas, independente de raça e etnia, estão expostas à radiação ultravioleta (UV) do Sol. Pequenas quantidades de radiação UV são benéficas para a saúde. Entretanto, a exposição excessiva pode ser extremamente perigosa e está associada ao aumento do risco de desenvolvimento de várias doenças que podem ter consequências graves à nossa saúde.



CÂNCER DE PELE
      A radiação UV causa alterações genéticas nas células da pele, que com o tempo levam ao desenvolvimento docâncer de pele. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 2 milhões de casos de carcinomasespinocelulares (CEC) e carcinomasbasocelulares (CBC) e 200 mil casos de melanoma ocorram no mundo a cada ano. Destes, cerca de 50% a 90% dos casos de melanoma e CBC e, 50% a 70% dos casos de CEC de pele e dos olhos seriam causados pela radiação UV.

QUEIMADURA SOLAR
     O resultado mais óbvio da exposição excessiva à radiação UV é a queimadura solar que pode ser severa e formar bolha. A ocorrência de 5 ou mais queimaduras solares durante a infância duplicam o risco de desenvolvimento do câncer de pele na vida adulta.

ENVELHECIMENTO PRECOCE
     A exposição excessiva ao Sol causa modificações na textura da pele, que perde sua elasticidade e enruga, adquirindo uma aparência dura e inflexível, semelhante ao couro. A isto chamamos de fotoenvelhecimento. Cerca de 90% das modificações visíveis da pele, comumente atribuídas ao envelhecimento são causadas pela exposição ao Sol. O Sol pode causar ainda a descoloração da pele, o aparecimento de sinais (manchas marrons) e, a queratose actínica (solar), lesões escamosas, com crostas, que não cicatrizam e podem se transformar em câncer de pele.

LESÕES OCULARES
     A exposição excessiva à radiação UV pode causar queimadura e inflamação dos tecidos superficiais dos olhos. A exposição crônica pode aumentar, também, a incidência de catarata(opacificação gradativa das lentes dos olhos) que leva à cegueira cerca de 20 milhões de pessoas a cada ano, no mundo, sendo 20% dos casos relacionados ao Sol; pterígio(crescimento de um tecido opaco sobre a superfície do olho) sendo 40% a 70% dos casos relacionados ao Sol; degeneraçãomacular, leva à perda da capacidade de ver os detalhes dos objetos, impedindo a pessoa de reconhecer rostos, dirigirem, lerem, etc.

SUPRESSÃO IMUNOLÓGICA
     A exposição excessiva ao Sol suprime o nosso sistema de defesa deixando o corpo mais vulnerável às infecções virais, bacterianas, parasitológicas e fúngicas. Além disto, pode ocorrer uma resposta inadequada às vacinas recebidas.

     Com o objetivo de ensinar as crianças em idade escolar e seus familiares a se protegem adequadamente da exposição excessiva ao Sol e consequentemente, dos efeitos nocivos da radiação UV foi desenvolvido o Programa Sol Amigo, um programa escolar de educação continuada em saúde.
     Através de uma abordagem de ensino interdisciplinar, a ser desenvolvido durante toda a vida escolar do aluno, o Programa Sol Amigo procura não só transmitir conhecimento sobre a radiação UV emitida pelo Sol, mas também fazer com que os alunos desenvolvam habilidades e atitudes de proteção contra o Sol, de forma sustentada. O Programa Sol Amigo procura ainda encorajar as escolas a proverem a seus alunos um ambiente seguro, com relação ao Sol, e a desenvolverem práticas que promovam a diminuição da exposição deles ao Sol, além de buscar junto à comunidade parceiros que possam atuar como agentes multiplicadores da informação.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Leucemia Linfóide Aguda - Tratamento

Boa tarde...como já foi comentado, a LLA é a leucemia mais comum na infância. E tambem, infelizmente, a que tem o tratamento mais longo entre as neoplasias pediátricas. Em média, todo ciclo de quimioterapia (QT) atinge 2 anos e meio, porém este tempo não é exato. Desde o início, a quimioterapia pode produzir grandes anemias (que requerem transfusões de sangue repetitivas), leucopenias próximas de zero (que exigem aplicação de medicamentos estimulantes de neutrófilos, porém mesmo com eles é comum as infecções de repetição sem foco determinado, que atrasam o próximo ciclo) e plaquetopenias extremas que levam a hemorragias de alto risco ao paciente. Cada vez que um paciente em QT é internado ou toma medicações para estas complicações, o ciclo para e só é reiniciado quando ele estiver parcialmente recuperado. Os efeitos colaterais da QT são amplamente conhecidos, como vômitos incoercíveis e interferência no crescimento das células que se reproduzem constantemente (por isto a pan-citopenia no sangue e a queda de cabelos); algumas drogas ainda tem efeitos localizados, como a toxicidade cardíaca ou renal. Além da QT endovenosa, também é usada a QT intra-tecal (aplicada via medula espinhal, como uma anestesia em gestantes ou a coleta do exame de meningite). Isto acontece porque o corpo humano tem dois santuários (locais onde a QT venosa não chega): cérebro e testículos. A QT intra-tecal visa tratar (ou proteger) o cérebro, enquanto não há tratamento conhecido para a invasão leucêmica nas gônadas masculinas. Um abraço a  todos, Dr. Luís Cláudio.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Transplante de Medula Óssea em Idosos

Segue abaixo reportagem do portal Estadão de 10/09/2012:


Novas técnicas abrem possibilidade de transplante de medula óssea em idosos

Mudança do perfil do transplantado se deve à descoberta de novas drogas e à evolução de técnicas médicas de outras instâncias para fazer os assentamentos

10 de setembro de 2012 | 22h 30

 

A descoberta de novas drogas e a evolução de técnicas médicas têm mudado o perfil dos pacientes que recebem transplante de medula óssea de doador – aparentado ou não. Há 15 anos, por conta dos riscos, pessoas com mais de 55 anos não eram submetidas ao procedimento. Hoje, hospitais particulares e universitários já fazem o transplante naqueles com mais de 70 anos. A mudança no perfil do transplantado foi um dos temas do 16.º Congresso da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea (SBTMO), no mês passado.

Dois estudos recentes dão esperanças às pessoas com mais de 70 anos que precisam de transplante de medula óssea de um doador, os chamados transplantes alogênicos. Um deles foi o levantamento feito pelo Registro Internacional de Transplante de Medula Óssea (CIBMTR, na sigla em inglês), com base em outras pesquisas, que encontrou resultados similares em pacientes jovens e idosos para o chamado transplante não mieloablativo – isso quer dizer que a medula óssea do paciente não precisou ser bombardeada por altas doses de radioterapia ou químio.

“Os médicos chegaram à conclusão de que nem sempre é necessário. Pode-se dar menor dose de químio ou de rádio, só para permitir que a célula do doador seja enxertada no paciente. Essa célula é capaz de fazer algumas reações imunológicas e lutar contra a doença, como, por exemplo, a leucemia”, explica Nelson Hamershlack, hemoterapeuta do Hospital Israelita Albert Einstein e sócio fundador da SBMTO.

Essa é uma das técnicas utilizadas no Hospital Universitário da Unicamp. “Ela reduz de maneira importante a toxicidade do procedimento. É uma técnica consolidada no mundo inteiro e no Brasil e permitiu que pessoas mais combalidas fizessem o transplante”, afirma o onco-hematologista Carmino Antonio de Souza, presidente da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH).

Outro estudo foi feito em parceria pelo MD Anderson Cancer Center, no Texas, e o Einstein. Nesse caso, foram analisados 79 pacientes, com idades entre 55 e 76 anos, que tiveram a medula suprimida (transplante mieloablativo) com medicamentos mais modernos e menos tóxicos. “Esse estudo mostrou que em pacientes sem doenças associadas, como diabetes, hipertensão, cardiopatias, os resultados também foram semelhantes aos dos mais jovens”, aponta Hamershlack. Dos pacientes, 71% tiveram remissão completa.

Expansão. Para o médico, os dois estudos “documentam” que o transplante alogênico é possível em pacientes mais velhos, dependendo do tipo de doença e a condição física. “Nosso pleito ao Ministério da Saúde é de expandir a idade dos pacientes. Há um envelhecimento da população por causa da melhor qualidade de vida. Nessa idade mais avançada, doenças como leucemia e síndrome mielodisplásica são mais prevalentes”, afirma o médico. “A SBTMO já chegou a um consenso. Há possibilidade de expandir a idade do paciente, em vez de privá-lo dessa solução terapêutica importante.”

Hoje, a portaria ministerial estabelece que o Sistema Único de Saúde (SUS) reembolsa gastos com transplantes autólogos (em que são usadas as células-tronco do próprio paciente) em pessoas com até 75 anos; transplante de doador aparentado, com supressão da medula, para aqueles com até 65, e até 60 anos para transplante com doador não aparentado.

“Uma regra dessa acabaria com a possibilidade de o meu pai nascer de novo”, resume o advogado Diego Nicolau Rodriguez, de 29 anos, filho do cirurgião cardiovascular Antonio Rodriguez Souza, de 74 anos, que recebeu a infusão de células-tronco da irmã, de 82, no mês passado.

O médico, que sofria de mielodisplasia – mal funcionamento da medula óssea, que leva à produção inadequada das células sanguíneas –, passou pelo procedimento no Einstein, em 1.º de agosto. Durante mais de ano, Souza foi tratado com medicamentos e transfusões de sangue, até que o estado de saúde se agravou e o transplante se tornou a única alternativa.

“Foi traumático, mas foi um sucesso. Mostra que uma pessoa mais velha pode tanto ser doadora como receptora. Meu pai já não tinha chance nenhuma. Agora, poderá ver o casamento da minha irmã, daqui a seis meses.”

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Comentários

Bom dia...abro novamente um post para responder algumas dúvidas que surgem durante nossas conversas sobre Hematologia. Lembrando que questões mais específicas ou complexas podem ser enviadas diretamente a mim pelo e-mail lcpinheiro168@hotmail.com, e consultas completas agendadas em minha clínica em Ribeirão Preto-SP pelo (16)-3289-0900. Solicito tambem que as postagens dos comentários sejam identificadas ao menos com seu primeiro nome, já que principalmente nestes últimos dias houve várias questões que surgiram para mim apenas como Anônimo...
Dentre os comentários sem identificação, selecionei 5: em dois deles a preocupação com o termo linfocitose no hemograma; isto não significa necessariamente uma doença, pois crianças, por exemplo, tem uma linfocitose normal para a idade. Já em adultos, quadros virais (como o resfriado) são os maiores causadores de linfocitose, principalmente moderada. Grandes linfocitoses, ou persistentes, devem ser investigadas. Em outros dois, uma definição melhor da falsa plaquetopenia: é uma contagem baixa de plaquetas no hemograma, sem que isto corresponda à realidade, ou seja, um erro técnico, geralmente sem culpa do laboratório. Normalmente ocorre pelo contato prolongado do sangue colhido com o anticoagulante presente no tubo de coleta. Sou tambem questionado sobre a influência da plaquetopenia no dia-a-dia; como ela é fundamental para a coagulação do sangue, ela pode causar hematomas, pequenas hemorragias (como sangramento gengival após escovação) e deve-se ficar muito atento se o paciente terá de passar por procedimentos (como uma cirurgia, uma extração dentária), já que nestes casos é natural que a hemorragia seja mais volumosa. Outro comentário anônimo pergunta se há cura para a leucemia...em primeiro lugar vamos lembrar que há vários tipos de leucemia, então algumas tem altas chances de cura e outras não.
Silvana Oliveira pede-me um post sobre o assunto neutropenia; os detalhes sobre a neutropenia estão dentro do post Leucopenia, publicado em 24/01/2010.
Marcela solicita um exemplar do livro "Interpretação do Hemograma na Pediatria", cujo valor já com o frete incluso é de R$ 50,00. O pedido pode ser feito pelo e-mail acima, de qualquer lugar do país.
Um abraço e até a próxima.

domingo, 2 de setembro de 2012

Ácido Fólico na Gestação

Segue abaixo reportagem do portal Folha de 30/08/2012:

30/08/2012 - 05h00

Prevenção com ácido fólico na gravidez é rara e incorreta no Brasil


DÉBORA MISMETTI
EDITORA-ASSISTENTE DE "CIÊNCIA + SAÚDE"


Uma medida simples para evitar malformações em bebês ainda é pouco adotada pelas brasileiras e será tema de campanha nacional com lançamento marcado para hoje em São Paulo.

Um levantamento com 500 mulheres realizado pelo médico Eduardo Borges da Fonseca, professor de obstetrícia da Universidade Federal da Paraíba, mostra que só 13,8% tomaram suplemento de ácido fólico antes de engravidar.

O uso dessa vitamina ao menos 30 dias antes do início da gestação, continuando até o terceiro mês, reduz em cerca de 75% a ocorrência dos defeitos de fechamento do tubo neural (a região do embrião que vai dar origem ao sistema nervoso central).

Hoje, 1 em 1.000 crianças nasce com algum desses problemas no país. Os mais comuns são espinha bífida (exposição dos nervos da medula espinhal) e anencefalia.

A anencefalia leva à morte do bebê. No caso da espinha bífida, a gravidade varia conforme a posição da lesão e a extensão. Algumas crianças não precisam de tratamento e outras podem ser submetidas a cirurgia logo após o parto. Mas muitas, mesmo após a operação, sofrem sequelas, como paralisia e dificuldades de aprendizagem.

No estudo, feito em João Pessoa, a maioria das que usaram o ácido fólico o fez de forma incorreta, muitas vezes com doses maiores dos que as ideais (de 400 microgramas por dia). Estudos com animais apontam que a suplementação em excesso pode levar a bebês com baixo peso.

Cerca de metade da amostra era de mulheres atendidas pelo SUS e a outra metade, de clínicas particulares. "Não houve diferença entre os grupos", afirma Fonseca, que é presidente da comissão de medicina fetal da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).

"Os números que nós encontramos são muito semelhantes aos de um estudo feito em Pelotas (RS) há seis anos. A situação não melhorou desde então."

O fechamento do tubo neural acontece entre a segunda e a quarta semana de gravidez. No Brasil, segundo pesquisa da Fiocruz com 22 mil mulheres, 55% das gestações não são planejadas.

"Em geral, a mulher só chega ao médico de dois a três meses depois do início da gravidez, o que já é uma fase tardia para o início da suplementação", afirma o médico.

Por isso, um dos focos da campanha da Febrasgo é estimular médicos a informar as mulheres sobre a importância do suplemento durante as consultas anuais.

A fortificação de farinhas de trigo e de milho com ácido fólico, obrigatória no Brasil desde 2004, consegue reduzir em 39% a ocorrência das malformações.

"Mas essa medida não atinge a todas. Muitas mulheres hoje adotam dietas da proteína, com baixa ingestão de carboidrato. Por isso é melhor usar as duas formas de prevenção: a alimentação fortificada e a suplementação."

domingo, 19 de agosto de 2012

Dicas para atividade física


Segue abaixo orientações do portal Uol Saúde para a prática segura de uma atividade física periódica:

Torne-se ativo
Para atingir o mínimo de atividade física semanal:
pratique exercicios
  • Pratique atividades esportivas como andar, correr, pedalar, nadar, fazer ginástica, exercícios com pesos ou jogar bola.
  • Faça exercícios físicos de intensidade moderada durante 40 a 60 minutos de 3 a 5 vezes por semana.
Mudando os hábitos - queime calorias reagindo aos confortos da vida moderna.
subir escadas
  • Suba 2 ou 3 andares de escada ao chegar em casa ou no trabalho
  • Dispense o interfone e o controle remoto.
  • Estacione o automóvel intencionalmente num local mais distante.
  • Dispense a escada rolante no shopping-center.
  • Dispense o carro para ir à padaria ou à banca de jornal.
  • Pratique atividades físicas por um período mínimo de 30 minutos diariamente, contínuos ou acumulados.
Pratique exercícios com segurança e efetividade:
Hidrate-se
  • Use roupas adequadas. Evite agasalhos que provoquem aumento excessivo da sudorese pois provocam desconforto e desidratação e não tem nenhum efeito positivo sobre a perda de peso.
  • Hidrate-se adequadamente: Ingira líquidos antes, durante e depois de exercícios.
  • Sinta bem-estar: Escolha a modalidade e sobretudo a intensidade de exercício que traga prazer e boa tolerância.
  • Consulte seu médico: Qualquer dúvida ou desconforto procure orientaçãoprofissional.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Leucemia Linfóide Aguda

Em continuação ao post de 04 de junho, falaremos hoje sobre a forma mais frequente de leucemia entre as crianças, a LLA (Leucemia Linfóide Aguda). Conforme já foi dito, apesar de representar uma doença de extrema gravidade, vem obtendo altos índices de cura, especialmente entre o sub-tipo baixo risco; esta clasificação avalia critérios como idade, número de leucócitos ao diagnóstico e imunocitoquímica do blasto patológico (como exemplo, idade acima de 10 anos ou hemograma inicial com mais de 50.000 leucócitos representam uma LLA de alto risco). Os sintomas decorrentes de uma LLA estão associados às alterações medulares e consequentemente às alterações provocadas no hemograma. A expansão de um clone doente dentro da medula pode diminuir ou até inibir a produção de células normais: a queda de glóbulos vermelhos PODE levar a anemia, a queda de glóbulos brancos normais PODE levar a imunodepressão e consequentes infecções oportunistas, com febre, e a queda das plaquetas PODE levar a déficit da coagulação, com hemorragias e hematomas. Veja que nenhum sintoma é obrigatório no diagnóstico da LLA, assim como estes sintomas isolados não representam a certeza de uma leucemia. Um paciente apenas com anemia, terá provavelmente somente uma anemia; a certeza, porém, deste diagnóstico, necessitará do hemograma. E o que procuramos nele? O hemograma da LLA não necessita ter anemia, neutropenia ou plaquetopenia, mas sim apenas a neutropenia (que é a diminuição dos neutrófilos), pois como há produção aumentada de blastos linfóides é comum a contagem de leucócitos estar normal ou até elevada. Em alguns casos, não há alteração quantitativa nenhuma, mas o contador automático indica grande quantidade de linfócitos atípicos (que podem ser blastos leucêmicos). Vejam então que não há nenhuma garantia que uma ou mais destas alterações sejam certeza de uma LLA. Somente a investigação dirá o verdadeiro diagóstico. Por hoje é só, até a próxima.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Dia Mundial do Doador de Sangue

Segue abaixo reportagem do portal Uol de 14/06/2012:


14/06/201207h00


Apenas 2 entre 10 doadores de sangue são voluntários sem laço afetivo com receptores

Do UOL, em São Paulo

Cirurgias que demandam ampla reposição de sangue e tratamentos radio ou quimioterápicos são situações comuns no cotidiano de um hospital, portanto é fundamental que o banco de sangue esteja abastecido para suprir as necessidades dos pacientes. No entanto, segundo levantamento do Hospital A.C.Camargo, apenas 2 entre 10 doadores são voluntários sem laço afetivo com receptores.

"Recebemos uma média de 60 a 70 doadores por dia e, infelizmente, apenas 20% deles são voluntários. Os outros 80% são fruto de ação interna que fazemos junto aos familiares e amigos com a proposta de sensibilizá-los", destaca a hemoterapeuta/hematologista do A.C.Camargo, Rivânia Almeida de Andrade.

No dia Mundial do Doador de Sangue, comemorado nesta quinta-feira (14), os hospitais pretendem estimular a busca espontânea pelos bancos de sangue, visto que durante os meses de junho e julho o número de doações cai. "Não podemos repetir o fato de haver queda do número de doadores durante as férias escolares de julho e chegada do inverno", alerta Andrade.

Diagnósticos

Alguns hospitais oferecem aos doadores de sangue exames para diagnosticar algumas doenças como, câncer de próstata, pâncreas, tireoide. Além dos exames feitos em todos os hospitais que detectam Aids, hepatites B e C, doença de chagas e sífilis.

Ao receber os resultados dos exames, o doador já pode ser encaminhado para o tratamento necessário.

Detalhes sobre a doação de sangue:

- A doação de sangue é segura e demora cerca de trinta minutos
- Todo material utilizado na coleta do sangue é descartável, garantindo a segurança do doador.
- O volume de sangue total a ser coletado não pode exceder 8 ml/kg de peso para as mulheres e 9 ml/kg de peso para os homens. O volume admitido por doação é de 450 ml +/- 50ml, aos quais podem ser acrescidos até 30 ml para a realização dos exames laboratoriais exigidos pelas leis e normas técnicas
- Doar sangue não altera a pressão arterial, não engrossa e nem modifica o sangue.
- O doador não tem qualquer obrigação de doar sangue novamente. Só faz isso se quiser, com intervalo de 60 dias para os homens e 90 dias para as mulheres
- É necessário apresentar um documento de identificação com foto, emitido por órgão oficial, ou sua cópia autenticada

Para doar sangue é preciso:

- Ter entre 18 e 65 anos e mais de 55 quilos
- Estar em boas condições de saúde e alimentado, mas não pode ter ingerido comida gordurosa nas últimas quatro horas
- Não ter ingerido bebida alcoólica nas 12 horas que antecedem a doação
- Não ter tido gripe ou febre nos últimos sete dias
- Ter feito a última doação há mais de 90 dias se for mulher ou 60 dias se for homem
- Não ter feito tatuagem há menos de um ano
- Não estar grávida ou ter tido parto ou aborto há menos de três meses
- Não estar no período de amamentação
- Não ter nenhuma doença crônica do tipo cardiopatia, diabetes, tuberculose, doença renal, epilepsia ou hepatite
- Não ter antecedente ou apresentar fator de risco para doenças infecciosas transmissíveis por transfusão - sífilis, doença de Chagas, Aids, Hepatites B e C, malária, HTLV I/II

Cuidados após a doação:

- A doação não traz riscos para o doador, mas eventualmente, após a coleta do sangue, a pessoa pode apresentar alguns sintomas: tontura, queda de pressão, desmaio, náuseas, vômitos, dor ou hematoma no local da punção
- Alguns cuidados são necessários para diminuir os efeitos colaterais adversos após a doação: Ingerir bastante líquido, não tomar bebida alcoólica ou realizar exercícios físicos no dia da doação, não fazer força com o braço que foi puncionado, não fumar por no mínimo duas horas e aguardar 30 minutos para dirigir carro e 1 hora para dirigir motocicleta
- Se o doador sentir alguns desses sintomas ou outros que não considere normal, deve comunicar imediatamente ou retornar ao Banco de Sangue para avaliação e orientação médica

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Atestado Médico para Academias

Segue abaixo reportagem do portal Folha de 05/06/2012:


05/06/2012 - 08h00



Nova lei exige atestado médico semestral para frequentar academia

JULIANA CUNHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Desde maio, alunos de academias da cidade de São Paulo têm que se submeter a exames médicos semestrais, de acordo com a lei 11.383/1993, sancionada pelo prefeito Gilberto Kassab.

E o não cumprimento da lei pode levar à multa e fechamento do estabelecimento, segundo a Covisa (Coordenação de Vigilância em Saúde), responsável pela fiscalização.

Para o cirurgião especializado em medicina esportiva Liaw Chao, ser avaliado a cada seis meses é benéfico: "A academia serve como porta de entrada para o consultório, convencendo pacientes relapsos, sobretudo homens, a se cuidarem melhor".

Ao voltar para a ginástica depois de quatro anos parado, o empresário Ian Walace, 44, surpreendeu-se com a quantidade de testes que precisou fazer: "Antes era mais simples, só uma corridinha na esteira, uma medição de pulso. Achei melhor agora, passa confiança", diz.

Mas não ficou animado quando descobriu que logo terá que repetir os exames posturais, cardíacos e neuromotores: "Achei exagerado, meu estado de saúde não vai mudar em um semestre".

Preocupadas com a evasão de alunos por conta do aumento dos exames, academias como a Bodytech e a K2 colocaram médicos de plantão em suas unidades.

"Facilita a vida do aluno e garante que os exames sejam úteis tanto para a parte médica quanto para avaliar o desempenho", afirma Daniel Gusmão, coordenador da rede de academias K2.

A facilidade tem seu preço. Nas unidades da K2, o aluno paga R$ 75 para fazer a avaliação médica. Se quiser fazer também a avaliação física, desembolsa mais R$ 150.

Na Bodytech, um "checkup fitness" que inclui testes médicos e físicos custa R$ 420.

MENOR DE IDADE

A nova lei obriga ainda que menores de 18 anos apresentem uma autorização dos pais ou responsáveis para frequentar a academia. Segundo o hebiatra Maurício de Souza Lima, do Hospital Sírio Libanês, ter que assinar o documento pode conscientizar os pais da importância de avaliar a atividade dos filhos.

Para o médico, o excesso de exercícios pode causar tendinite e comprometer as cartilagens. "Acho temerário um adolescente passar mais de uma hora na academia mais de três vezes por semana."

A intensidade do exercício precisa ser controlada de acordo com o nível de crescimento. Musculação, só depois dos 16 para as meninas e dos 18 para os meninos.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Leucemia

Olá...como já foi explicado, as leucemias são a forma mais frequente de câncer infantil, e felizmente tambem atingem (conforme sua classificação) os maiores índices de cura total na oncologia pediátrica. Em primeiro lugar, vamos falar um pouco sobre os tipos de leucemias; é muito claro que nem todas são iguais em gravidade, portanto nem sempre um diagnóstico deste é motivo, por exemplo, de internações seguidas e tratamentos agressivos. Inicialmente, dividimos as leucemias em dois grupos: as agudas e crônicas, e as linfóides e mielóides. Aa leucemias agudas são as formas de evolução mais rápida e agressiva, aquelas que se não tratadas imediatamente podem levar a óbito em poucos dias, enquanto as crônicas tem uma evolução mais lenta, sem trazer tantos sintomas, e sem exames periódicos podem levar até anos para serem diagnosticadas. Temos então a LLA (Leucemia Linfóide Aguda), a mais comum entre as crianças, que conforme sua classificação e idade, pode atingir até 90% de cura total; temos a LLC (Leucemia Linfóide Crônica), rara em crianças; a LMA (Leucemia Mielóide Aguda), patologia muito agressiva com altos índices de mortalidade com a quimioterapia, sendo hoje uma indicação clara de transplante de medula óssea, felizmente com uma frequência muito menor que a LLA; e a LMC (Leucemia Mielóide Crônica), doença tambem rara porém de características celulares tão diversas que alguns sub-tipos são incluídos na classificação das SMD, Síndromes Mielo-Displásicas. vista por nós em 16/02/2011. Ainda temos a Leucemia Bi-Fenotípica (Linfóide + Mielóide), logicamente muito grave, que pode aparecer no primeiro diagnóstico ou evoluir durante o tratamento de uma LLA. Por hoje é só, um abraço.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Plano de Saúde deverá cobrir Quimioterapia Oral

Segue abaixo reportagem do portal G1 de 16/05/2012:


A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado aprovou nesta quarta-feira (16) um projeto de lei que obriga os planos de saúde a cobrirem o tratamento domiciliar de câncer cujo paciente toma medicação oral.

A proposta foi aprovada em caráter terminativo na comissão e, portanto, só será votada no plenário do Senado se houver recurso por parte de parlamentares. Caso não seja apresentado recurso, o projeto segue para análise e votação na Câmara dos Deputados. Se sofrer alterações, volta para o Senado. Depois, vai à sanção da presidente Dilma Rousseff, que tem a prerrogativa de sancionar ou vetar total ou parcialmente. O projeto (PLS 352/11) é da senadora Ana Amélia (PP-RS).

O tratamento do câncer com medicamentos orais pode substituir ou complementar o tratamento ambulatorial e de internação hospitalar.

Amélia afirma que, além de não cobrirem esse tipo de tratamento, atualmente os planos de saúde transferem parte desses pacientes e seus respectivos custos assistenciais para o Sistema Único de Saúde (SUS).

De acordo com o projeto, os planos de saúde que incluem atendimento ambulatorial terão de cobrir o tratamento de quimioterapia oncológica domiciliar de uso oral, incluindo os medicamentos para controle de efeitos colaterais relacionados ao tratamento.

Já os planos que incluem internação hospitalar teriam de cobrir a quimioterapia oncológica ambulatorial e domiciliar e os procedimentos radioterápicos para tratamento de câncer ou uso terapêutico do sangue, para garantir a continuidade da assistência prestada durante a internação hospitalar.

A proposta de Ana Amélia altera a Lei 9.656, de 1998, que trata das regras dos planos de saúde. O texto contou com parecer favorável do relator, senador Waldemir Moka (PMDB-MS), que é médico.

Volto em breve com um novo post científico. Até a próxima.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Comentários

Bom dia...abro hoje um novo post para responder a algumas dúvidas surgidas durante estas semanas. Lembrando que além de postar um comentário, você pode me escrever diretamente pelo e-mail lcpinheiro168@hotmail.com , ou ser um seguidor como já fazem a Agnes, a Vanessa e meu colega Marcelo Rossi.
Stella está preocupada com sua anemia profunda, difícil de ser resolvida. Uma anemia profunda não é diagnóstico, pode ser somente uma anemia ferropriva persistente, que se acentua com o passar dos meses sem tratamento. E quando falamos tratamento, significa que a entrada de Ferro é superior à saída; grosseiramente, comparamos com uma caixa d'água: não adianta enchê-la continuamente se as torneiras da casa estiverem abertas escoando toda sua entrada. É o que rotineiramente acontece com mulheres em idade fértil que apresentam menstruações volumosas; elas se alimentam bem, tomam suplementos diariamente mas estão sempre com anemia.
Taiane questiona se há um tratamento específico para a herpes causada pela baixa resistência; normalmente este quadro é auto-limitado, ou seja, desaparece espontaneamente em alguns dias. Costuma ser usado o Aciclovir tópico, que às vezes melhora os sintomas, e o tratamento com Aciclovir oral é indicado em pacientes com história de imunidade reduzida comprovada.
Vanessa elogia o post eosinofilia, obrigado.
Márcia é corredora de rua e pergunta se o GAMAFI (nossa clínica de avaliação para praticantes de atividades físicas) atende fora de Ribeirão Preto. Por enquanto estamos apenas aqui em nossa cidade, informações no 16-3289-0900.
E Raíssa apresenta uma anemia de difícil resolução e vai no ponto da questão, se o diagnóstico está correto. Seu caso necessita de uma avaliação mais complexa, estou à sua disposição pelo e-mail, lembrando sempre que este nosso bate-papo não substitui uma consulta oficial, em que estamos diante do paciente e podemos realizar nossa história clínica e um exame físico adequado.
Por hoje é só, até a próxima.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Atividade Física

Bom dia...não é novidade para ninguém que a atividade física traz vários benefícios para corpo e mente, como melhora da coordenação motora, prevenção de doenças cardio-vasculares e aumento da auto-estima e da sociabilidade. Por outro lado, praticar exercícios tornou-se para alguns uma "moda", praticada sem critério ou acompanhamento algum. Particularmente na hematologia, acompanhamos adeptos de corrida de rua e maratonistas, propensos a anemias crônicas por queda do estoque de ferro, geralmente causado pelos traumas musculares de repetição (micro lesões sangrantes dos membros inferiores). Qualquer indivíduo, antes de iniciar uma atividade física, amadora ou profissional, deveria ser avaliado por um médico ou por um grupo de especialistas. Visando este acompanhamento de qualidade. abrimos em Ribeirão Preto o GAMAFI - Grupo de Avaliação Multidisciplinar para Atividade Física, composto por hematologista, cardiologista e nutróloga, com retaguardas de ortopedista e dentista. Nunca pratique esportes sem uma avaliação inicial que diga a carga que seu organismo suporte e os cuidados a serem tomados. Por hoje é só, um abraço.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Oncologia Infantil - 2ª parte

Bom dia...após um feríodo sem postagens (férias, crianças em casa, muito cinema e Play-Station) volto ao assunto que introduzi no post anterior. O câncer infantil, apesar de frequente e mais dramático que no adulto (pois a criança teria maior expectativa de vida e carrega sonhos e expectativas dos pais) é uma patologia com alta taxa de cura nos dias de hoje. É óbvio que tudo depende do tipo de neoplasia (algumas, como o tumor pulmonar de Askin, que vitimou o cantor Leandro, são infalivelmente fatais), e estas taxas são elevadas porque entre os tumores mais comuns temos patologias com alta taxa de sobrevivência, como a leucemia linfóide aguda (LLA) e o tumor renal primário. A cura entre os pacientes como LLA de baixo risco (que leva em conta a idade, tipo de célula doente, invasão de outros órgãos) e pacientes com Tumor de Wilms em estágio inicial chega a 90%. São tambem muito comuns em crianças os tumores do sistema nervoso central e dos ossos. A partir dos próximos posts falaremos um pouco mais de cada um deles, e certamente muitas questões serão levantadas. Estou aqui para auxiliar no entendimento destas doenças, um abraço.